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Sobre Mim

"É necessário sair da ilha para ver a ilha.
Não nos vemos se não saímos de nós."

José Saramago - O Conto da Ilha Desconhecida

Gosto de pessoas lúcidas. Tal como Saramago e outras tantas que vão chegando até mim de alguma forma. Considero mesmo que a lucidez é uma das maiores virtudes que um ser humano pode possuir e que, quando existe em alguém, faz da sua comunicação um ato de profundo amor: de um simples texto uma genialidade, de um mero discurso um privilégio de se ouvir. Agora que penso nisso, chego à conclusão de que foi esta simples palavra, esta ideia tão brilhante, que me fez apaixonar pela comunicação desde pequeno e trilhar o meu caminho por aqui.

Lembro-me da minha mãe dizer que, com 4 anos de idade, já eu cantarolava o hino nacional com grande entusiasmo. De certeza que, na altura, nem sabia o que estava a dizer com aquelas palavras. Talvez gostasse do som delas, da forma como encaixavam tão bem na melodia da canção (no fundo, como comunicavam comigo). Hoje, tendo já consciência daquelas palavras e dos seus vários sentidos, continuo a achar o nosso hino tão belo e lúcido como da primeira vez que o ouvi. Traz-me esperança, ambição, liberdade e, curiosamente, até saudade de coisas que não vivi.

Das tardes da infância com a minha avó a ver passar comboios (literalmente) consigo relevar o meu fascínio pelo som. Aquele ruído tão característico do comboio a deslizar pelos carris estreitos, que se juntava a um certo ritmo idêntico ao bater do coração, arrepiava-me completamente, mas de súbito fazia-me viajar para outras paragens e pensar no impossível. Guardo também outro som que ainda hoje ecoa na minha mente, como um sussurro que espontaneamente surge - esse sim mais doce. A voz da minha avó, que me chamava quando um comboio se aproximava e eu ainda estava ali, sentado nas tábuas dos carris, a brincar com as pedras e a construir os meus castelos... Afinal de contas, também havia lucidez naquelas chamadas de atenção, já que, naquele momento, ela estava sem saber a construir o meu futuro.

Os anos foram passando. Veio a adolescência e, com ela, as borbulhas na cara e a "pancada" típica da idade. Mas nem por isso foi tudo mau. Nessa altura, ia aprofundando duas das minhas grandes paixões de hoje: a música e a leitura. Com a primeira, descobri a magia das notas e o sabor das canções que, de variados estilos, entoavam na minha cabeça o tempo todo e passaram a ser a banda sonora da minha vida. O culpado disso? O meu professor de piano que, mais do que isso, tornou-se o amigo das canções e ensinou-me que a música também é linguagem: comunica e faz sentir.

Com os livros, a relação foi mais conturbada. Participava em concursos de leitura que me levaram a associar o livro a um objetivo a alcançar, um objeto de pura competição. Levei algum tempo a perceber que estava errado e que, enquanto lia, aprendia muito mais do que a dizer bem as palavras. Fui conhecendo outras realidades através dos livros, numa altura em que achava que a minha "ilha" era o mundo, e isso despertou-me a contar as histórias de outros, as suas experiências e sonhos, através do jornalismo.

Hoje, sinto-me um jovem sortudo e a um passo mais perto de me sentir realizado. Desde 2019 que "emigrei" da pacata cidade de Águeda para estudar Ciências da Comunicação em Braga, na Universidade do Minho. Para além disso, tive a maravilhosa experiência de estudar um semestre em Barcelona, o que me trouxe ainda mais vontade de conhecer o mundo e me fez assentar raízes noutro lugar fora do meu país.

Estes três anos na universidade, que culminam agora neste portefólio e num projeto jornalístico do qual me orgulho muito, foram sem dúvida um grande desafio a todos os níveis, que guardarei como inspiração para o futuro sem esquecer tudo o que já aprendi. Porque, afinal, nunca deixei de ser o menino que, sentado nas tábuas dos carris, brincava com as pedras e construía os seus castelos.

Fotos: Arquivo pessoal

O João destaca-se pela sua capacidade de organização e perfecionismo. Enquanto diretor do departamento pedagógico do GACCUM, demonstrou uma enorme capacidade de liderança e empatia.
Margarida Silva
Ex-presidente do GACCUM
O João é muito dedicado, focado e tem as suas prioridades bem definidas. Enquanto coeditor de Cultura no ComUM, impulsionou a criação de rubricas relevantes. A sua criatividade contribuiu para a dinamização da secção num período sem eventos presenciais.
INÊS BATISTA
Ex-coeditora de Cultura no ComUM
De todos os trabalhos que fiz com o João Pedro, destaco o seu perfecionismo, a boa disposição e a preocupação com o outro. Dedicado e aplicado, é aquilo a que se pode chamar um verdadeiro profissional.
GABRIELA FERREIRA
Colega de turma